Testemunha viu carro arrancando e 'movimentação estranha' perto de contêiner de lixo onde corpo de menina foi encontrado no RS

Pais de Kerollyn Souza Ferreira, de 9 anos, foram indiciados pela Polícia Civil nesta semana. Perícia aponta a causa da morte da menina como indeterminada. Ke...

Testemunha viu carro arrancando e 'movimentação estranha' perto de contêiner de lixo onde corpo de menina foi encontrado no RS
Testemunha viu carro arrancando e 'movimentação estranha' perto de contêiner de lixo onde corpo de menina foi encontrado no RS (Foto: Reprodução)

Pais de Kerollyn Souza Ferreira, de 9 anos, foram indiciados pela Polícia Civil nesta semana. Perícia aponta a causa da morte da menina como indeterminada. Kerollyn Souza Ferreira, de nove anos, encontrada morta em um contêiner de lixo em Guaíba Reprodução O vigilante de uma escola localizada perto do contêiner de lixo onde a menina Kerollyn Souza Ferreira, de 9 anos, foi encontrada morta disse à polícia que viu uma "movimentação estranha" horas antes de o corpo ser achado. O caso aconteceu em agosto, em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A Polícia Civil informou a conclusão das investigações na segunda-feira (9), mas o depoimento é visto como um ponto não explicado no caso. O homem foi uma das primeiras pessoas ouvidas. Os pais de Kerollyn foram indiciados. O vigilante contou que entre 2h e 3h30 estava no seu posto de trabalho, na parte do fundo da escola, quando escutou "um barulho de carro arrancando muito rápido, cantando pneu". Ele não conseguiu ver o modelo do veículo ou a cor, e afirmou ter estranhado, pois a região costuma ser calma durante as noites. Trecho de depoimento de vigilante sobre caso de menina encontrada morta em contêiner Reprodução/RBS TV Ele também conta que, por volta de 0h, viu uma mulher passando pela lixeira e parando um pouco mais à frente, onde ela ficou mexendo no celular. O homem diz que se aproximou cerca de 20 metros, ligou a lanterna e direcionou pra ela, que continuou no celular. O zelador disse que foi até os fundos da escola e, depois, ao voltar, a mulher não foi mais vista. A polícia não conseguiu descobrir quem era a mulher, descrita como "branca", que estava usando uma jaqueta "branca ou cinza, com plumagem na gola" e "usava um capuz colorido, provavelmente vermelho". O homem disse não conhecer Carla Carolina Abreu Souza, a mãe da menina. As imagens de câmeras de segurança da escola foram usadas para tentar identificar o carro ou a mulher. No entanto, o relatório do policial que analisou os vídeos aponta que eles não eram nítidos o suficiente para ajudar na identificação do carro, visto nas imagens, ou da mulher, que não teria sido captada. Dúvidas sobre a morte A perícia aponta a causa da morte de Kerollyn como indeterminada. O Instituto-Geral de Perícias anota, no entanto, que é possível que uma combinação de fatores tenha influenciado na morte. O perito escreveu que "considera-se causa plausível da morte a hipótese de asfixia mecânica mista, com mecanismo posicional (posição do corpo no contêiner ), obstrução das vias aéreas e confinamento, por causa do efeito do clonazepam, sem descartar a ação hipotérmica adicional", ou seja, o frio. A perícia do local de crime encontrou vários medicamentos abertos na casa. A mãe, em depoimento, confirmou que deu clonazepam para a menina. A polícia e a defesa de Carla pediram um exame que pudesse identificar a quantidade de remédio no corpo, o que não foi especificado. Um carro abandonado que estava em uma praça próxima passou por perícia. Vizinhos disseram em depoimento que várias vezes viram a menina no veículo. A perícia não encontrou sangue. Trecho do inquérito policial que apura morte de menina encontrada em contêiner Reprodução/RBS TV Como Kerollyn entrou no contêiner A polícia aponta que Kerollyn entrou no contêiner sozinha. Segundo o delegado regional de polícia Nedson Oliveira, ela procurava um brinquedo. "A última pessoa que viu a Kerollyn com vida foi um senhor ali por volta das 21h30. A Kerollyn pediu para ele uma lanterna ou uma vela, porque ela queria procurar um brinquedo que estava dentro do contêiner. Foi a última pessoa que viu a Kerollyn com vida. No outro dia, o corpo dela estava dentro do container", relata o delegado. A polícia não soube explicar porque a menina estava sem as botas, que foram encontradas ao lado do corpo. As meias que Kerollyn estava, uma branca e outra preta, foram analisadas. Para os peritos, as peças não apresentavam sujidades compatíveis com alguém que tivesse caminhado sem as botas em um chão úmido para entrar no contêiner. O contêiner não passou por perícia. Meias analisadas pela perícia no caso da menina que foi encontrada morta em contêiner Reprodução/RBS TV Indiciamentos Conforme a polícia, Carla Carolina Abreu de Souza, mãe da menina, responderá por suspeita de maus-tratos com resultado morte e violência psicológica. Ela foi liberada do sistema prisional no fim de semana, segundo a Polícia Penal do RS, e deverá cumprir medidas cautelares. Já Matheus Lacerda Ferreira, o pai de Kerollyn, será investigado por suspeita de abandono material e violência psicológica. Ele vive em Santa Catarina. A filha chegou a morar com Matheus nos primeiros meses de vida e aos sete anos, contudo, a criança voltou para a casa da mãe. O inquérito policial foi remetido ao Ministério Público (MP), que decide se acusa ou não os pais de Kerollyn na Justiça. Caso faça isso e o Judiciário aceite a denúncia, os dois começam efetivamente a ser julgados pelo crime. O que dizem as defesas A advogada Thais Constantin, responsável pela defesa de Carla Carolina Abreu de Souza, alega que desde o início "foi colocada uma única linha investigativa". "Se o delegado vem à imprensa e afirma que eles têm convicção que essa criança foi colocada dentro de uma lixeira, e a gente tem um possível indiciamento de maus-tratos e não da questão do homicídio, alguém vai ter que responder quem matou essa criança", sustenta. Os advogados Carla Lima e José Luiz Aveline Zanella, que representam Matheus Lacerda Ferreira, afirmaram que "a defesa discorda frontalmente do seu indiciamento por abandono material e violência psicológica". Eles dizem que ainda que "ao longo da instrução processual, será comprovado que Matheus foi um pai amoroso, com quem Kerollyn sempre manteve grande carinho e afeto". Matheus Ferreira e a filha Kerollyn, encontrada morta em um contêiner de lixo em Guaíba Reprodução VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Fale Conosco